A vida Real

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Ontem recebi uma mensagem que realmente me levou a pensar. (Valeu Letícia)
Basicamente essa mensagem fala da diferença entre os contos de fadas e a ótica que os programas televisivos e outras mídias dão à vida e vida Real com R maiúsculo.
Nós Jovens, com nossas câmeras digitais e ORKUTs da vida, somos responsáveis por cria uma realidade alternativa onde somos felizes para sempre. Muitas vezes, nos FOTOLOGs, ORKUTs, TWITTERs e FACEBOOKs por ai afora mostramos uma felicidade impossível, uma alegria sem espontaneidade e irreal. Colecionamos momentos como se eles tivessem que ser eternos, como se nossa vida tivesse que ser uma constante balada ou uma festa infinita.
Do outro lado os programas de TV, principalmente o Cidades Domingo Urgentes Em Alerta Legal & Cia., mostram o outro extremo. Uma vida onde tudo é um drama, onde tudo que acontece é intenso e marcante, onde sempre somos coitados, perseguidos e indefesos.
Faço idéia do que aconteceria se sumíssemos do mapa e uma outra civilização encontrasse nossos registros. Acredito que não entenderiam o completo extremo de nossas mídias, onde a felicidade total e a desgraça iminente caminham lado a lado.
Rodeados de tantas informações deste quilate começamos a enxergar as nossas vidas como vidas onde nada acontece. Onde tudo é ordinário e normal de mais.
Nenhum sequestrador nos torna reféns por 8 horas, não vencemos bruxas com a ajuda de sete anões, Não matamos dragões, não descobrimos repentinamente que temos superpoderes e a maioria de nós não tem uma Ferrari e namora com supermodelos. Deveria nos preocupar quando percebemos que a maioria dos sorrisos que damos nas fotos dos sites de relacionamentos não expressa um real sentimento de alegria e foram dados somente para a foto. Dados apenas com a boca e não com o coração.
Não quero se onisciente em dizer que todas as fotos de blogs mostram momentos falsos, mas apenas mostram momentos.
Em meio a toda essa informação deixamos de perceber coisas maravilhosas e simples que torna a vida real tão interessante. Desejamos uma vida 100% intensa sem perceber que isso não existe. É triste ver que pessoas perdem todo seu tempo e juventude em busca de uma felicidade eterna dentro de baladas, brincadeiras e outras coisas. Chegando ao estado de uma procura hedonista preocupante e não nos damos conta que prazer eterno é impossível.
Existem apenas momentos especiais que não são tão comuns como nos mostram as mídias, o restante do tempo só são felizes se nos propomos a vê-los assim, não se enganando, mas procurando ser o melhor possível para você e para os outros.
Esquecemos de ver que o bom dia pela manhã aos que vivem conosco, um sorriso comum aos que nos ajudam no trabalho, uma pequena oração durante uns minutos do dia, um instante de silêncio para refletir, tratar educada e dignamente a quem nos serve e outras coisas simples nos tornam menos dependentes de uma vida frenética à procura de momentos de felicidade ou dramas extremos e colocam-nos mais no chão.
A te mesmo na Religião percebemos que essa “contaminação” já esta presente.
Achamos que para sentir-se amado e intimo com Deus é necessário que ocorra um “arrebatamento”, que ventos impetuosos nos cubram e que nossos corpos tremam.
Madre Teresa de Calcutá afirmava que na maioria das vezes em que ela estava realizando seu trabalho, que hoje a torna tão admirada, não sentia nada de especial. Eram momentos ordinariamente normais.
Assim pensava também São Josemaria Escrivá, que percebeu como podemos ser santos e felizes vivendo bem a vida cotidiana, onde quase nunca acontecem momentos heróicos ou extasiados, mas é onde Deus nos faz feliz, mas com consciência que a felicidade eterna não existirá aqui, pois a insatisfação é marca da imperfeição humana.
Com isso não digo que devamos nos conformar e resignar com uma vida medíocre, mas devemos procurar viver bem o que temos e sonhar, lutando, para alcançar o que queremos sem esquecer que o que possuímos não fará nossas vidas mais felizes por elas próprias, mas sim pelas aplicações que damos a elas.
Por isso a felicidade do verdadeiro cristão é diferente, pois ainda que inconformado, na vida do cristão, a felicidade é possível.
Lembrando as palavras de João Paulo II:

”... Precisamos de Santos que vivam no mundo
se santifiquem no mundo,
que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola
e comam hot dog, que usem jeans,
que sejam internautas, que escutem disc-man.”

“... Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo
mas que não sejam mundanos."

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